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  • Foto do escritorDr. Bruno Burjaili

LESÕES CEREBRAIS EM PACIENTE COM COVID


Estas são imagens da ressonância magnética de um paciente com COVID que apresentou lesões no cérebro. Ainda não se sabe ao certo por que ocorrem, mas a principal hipótese é que o sistema imune reaja de modo inapropriado contra o tecido cerebral, como se estivesse confuso. Em termos técnicos, trata-se das lesões de substância branca, não confluentes, multifocais, hiperintensas em FLAIR e na difusão, possivelmente atribuíveis a processos imunológicos parainfecciosos.

Evoluções como essa são, naturalmente, raras, mas ilustram a gravidade que a doença pode adquirir, o quanto ainda temos a aprender sobre ela e a importância de se tomarem todas as medidas disponíveis oferecidas pela ciência, das quais se destacam o afastamento social e a vacinação.

Para quem quer saber a explicação de cada um dos termos acima:

- SUBSTÂNCIA BRANCA é a região do cérebro que contém uma substância chamada mielina; ela funciona como um isolante elétrico;

- NÃO CONFLUENTES quer dizer que as lesões não se juntam umas às outras;

- MULTIFOCAIS quer dizer que estão em vários locais diferentes;

- HIPERINTENSO quer dizer "branco" na imagem;

- FLAIR e DIFUSÃO são maneiras de se "fotografar" o cérebro, como se fossem filtros;

- PROCESSOS IMUNOLÓGICOS são aqueles que, via de regra, fazem a defesa do organismo contra invasores (como a ação de um exército);

- PARAINFECCIOSO é algo que ocorre em paralelo à infecção propriamente dita (no caso, os processos imunológicos, em vez de ocorrerem no combate direto ao vírus, seriam reações exageradas à distância, que acabam danificando o próprio organismo; algo como uma revolta dentro do exército).

Artigo original: Brain MRI Findings in Severe COVID-19: A Retrospective Observational Study, Radiology, Kremer et. al, 2020

https://pubs.rsna.org/doi/pdf/10.1148/radiol.2020202222

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